Você já se sentiu frustrado por não encontrar o seu traço como desenhista? Muitos artistas iniciantes (e até experientes) passam por isso, achando que não têm um estilo próprio ou tentando pular etapas. Mas a verdade é que o estilo surge com prática, paciência e muitas tentativas. Neste post, compartilho como desenvolvi meu estilo cartoonizado, a Categoria Margarida, em menos de três semanas, e como você pode encontrar seu próprio traço.
O Contexto: Ensinando Crianças no SCFV
Tudo começou quando fui voluntária em um Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), um projeto social conhecido como PET até 2014. Minha missão era ensinar crianças e adolescentes a desenhar e colorir, usando materiais simples: lápis de cor, lápis HB, borracha e papel sulfite. Queria um estilo que fosse fofo, simples e fácil de replicar, para que eles pudessem criar seus próprios avatares e explorar a criatividade.
Esse desafio me levou a desenvolver a Categoria Margarida, um traço cartoonizado guiado por formas geométricas básicas. O resultado foi tão legal que continuei explorando, testando combinações de olhos, narizes, cabelos e proporções. O estilo é versátil: dependendo de quem desenha, ele pode ser único, simples e original.
Minhas Inspirações
Nenhum estilo surge do zero. Criar algo novo é misturar referências que ressoam com você. Aqui estão as principais inspirações para a Categoria Margarida:
Artistas:
Camila Cabral: Seu traço simples, expressivo e colorido inspirou as formas suaves e acessíveis do meu estilo.
Mili Koey: A fofura e simplicidade dos personagens dela me ajudaram a focar em proporções exageradas e amigáveis.
Animações:
Hora de Aventura: Os personagens com seus rostos e as formas simplificadas foram uma grande referência.
Equestria Girls: As proporções estilizadas, roupas diversas e cores vibrantes influenciaram o visual.
Três Espiãs Demais: O estilo dinâmico e moderno inspirou muito em como eu componho as roupas.
Outros Elementos:
Livros Bob Good: A simplicidade das pinturas feitas pelo público colorista desses livros me incentivou a criar um estilo acessível para coloração.
Emojis: Participei do Drawtober 2024 inspirada em emojis (não terminei, mas tudo bem!). As expressões faciais exageradas dos emojis moldaram muito do que eu esperava das emoções dos meus personagens.
Essas referências se misturaram ao meu conhecimento de 11 anos desenhando, resultando em um estilo que valoriza a fofura e a simplicidade.
O Processo: Tentativa e Erro
Desenvolver a Categoria Margarida não foi instantâneo. Testei muitas combinações de formas, principalmente olhos, que acabei descartando por não se encaixarem (alguns foram para a Categoria Rosa!). A pintura também é única: uso cores chapadas, com pouca ou nenhuma luz e sombra, e roupas simples, sem detalhes complexos. O resultado é um desenho agradável e visualmente bonito, mesmo sendo minimalista.
Na minha opinião, a beleza do estilo está na liberdade que ele oferece. Ele é perfeito para projetos rápidos, como ilustrações infantis ou avatares, e fácil de ensinar, como vi no SCFV.
Lições Aprendidas
Criar um estilo é um processo de tentativa e erro. Até designers de animação, que desenvolvem traços únicos para filmes ou séries, passam por várias versões descartadas antes de chegar ao resultado final. Como ilustradora, entendi que somos solucionadores de problemas: nosso traço deve atender às necessidades do projeto, seja para um cliente ou para ensinar crianças.
Dicas para Encontrar Seu Estilo
Se você está buscando seu traço próprio, aqui vão algumas dicas baseadas na minha experiência:
Estude Referências: Observe artistas, animações ou até objetos (como emojis) que você gosta. Anote o que te atrai neles.
Experimente Muito: Teste combinações de formas, cores e proporções. Não tenha medo de descartar ideias que não funcionam.
Tenha Paciência: O estilo surge com o tempo. Meus 11 anos desenhando me deram a base para criar a Categoria Margarida em semanas, mas isso veio de muita prática.
Escute o Público: Frequentemente, são outras pessoas que reconhecem seu traço antes de você. Se alguém diz “esse desenho é a sua cara”, você está no caminho certo!
Conclusão: Seu Estilo Já Existe
Se você se frustra por não ter um estilo definido, lembre-se: ele provavelmente já está aí, esperando para ser descoberto. Desenhe, experimente e confie no processo. Como eu aprendi com a Categoria Margarida, um traço único nasce da mistura de referências, prática e paciência. Qual referência te inspira a desenhar? Compartilhe nos comentários e motive outros artistas!
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