Vivemos em um mundo onde o celular, antes um objeto de desejo, agora nos sobrecarrega com notificações constantes. Enquanto isso, o simples ato de abrir um caderno de notas se torna um refúgio. Como artista, percebo que esse movimento cíclico entre o digital e o analógico não é só saudade — é uma busca por conexão, autenticidade e criatividade. Neste post, reflito sobre por que voltamos ao analógico, como usamos o digital de forma criativa e como isso inspira artistas, sejam jovens querendo começar ou mais experientes se sentindo fora de lugar.
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Foto do Pixabay no Pexel. |
O Ciclo dos Desejos: Do Novo ao Rotineiro
O ser humano é cíclico nos seus hábitos. O que antes era desejado, como o celular, vira rotina. As notificações constantes transformam a novidade em ansiedade, e buscamos alívio no que é simples e familiar, como um caderno e na paz do silêncio. Essa volta ao analógico é uma forma de escapar do caos digital e reconectar com nossos sentidos. A nostalgia do papel, do lápis, da textura, nos lembra que precisamos de equilíbrio para sobreviver emocionalmente.
O Refúgio no Silêncio: O Poder do Caderno
Um caderno é mais que um objeto — é um espaço onde só seus pensamentos existem. Diferente do celular, cheio de distrações, o caderno oferece silêncio. Escrever à mão é um alívio: é onde coloco meus pensamentos para fora, organizo ideias e encontro calma. Como alguém que fala pouco mas pensa muito, vejo o papel como um porto seguro, um lugar para processar emoções sem interferências externas.
A Resistência do Artesanal: Personalizar é Reivindicar
Hoje, muitas pessoas rejeitam a padronização industrial e buscam o feito à mão. Encadernar cadernos ou reencadernar livros é um exemplo disso. Existem artistas criando formas únicas de encadernação, e clientes que querem livros com a “cara da obra” ou simplesmente algo único e personalizado, não a estética genérica das editoras. Esse movimento artesanal é uma busca por identidade, pelo único e imperfeito. Para mim, personalizar um caderno é como dar vida a algo que reflete quem sou.
O Espelho do Outro: A Inspiração de Ver Criar
Ver alguém criando — seja um caderno, um desenho ou um livro sendo reencadernado — desperta uma faísca. É aquela sensação de “se ela pode, eu também posso”. Essa inspiração vem de pessoas reais, mostrando seus processos com erros e acertos. Como artista, sinto isso quando vejo outros trabalhando, e percebo o mesmo nos jovens que ensinei em projeto um social. O “faça você mesmo” não é só técnica; é um impulso para começar.
Ferramentas Não São Inimigas: Adaptando-se ao Digital
A tecnologia não precisa ser um obstáculo. Eu uso o ChatGPT, Grok e Gemini para estruturar textos, corrigir erros (engulo muitas palavras escrevendo!) e até refletir, já que passo muito tempo em casa. Para mim, a IA é como um lápis ou uma borracha: uma ferramenta que apoiou minha criatividade. Uso a captação de áudio para “falar” com o ChatGPT, transformando pensamentos falados em texto, e busco quais assuntos podem ser abordados aqui. O digital é uma ponte para criar, não um inimigo do analógico.
Expressão Interior: A Voz de Quem Pensa Muito
Falar pouco não significa sentir pouco. Para pessoas introspectivas como eu, o analógico (cadernos, sketchbooks) e o digital (ditado por voz, IA) são formas de dar voz aos pensamentos. Meus 22 sketchbooks e 8 cadernos de anotações são onde rabisco ideias, textos e projetos artesanais. As IAs me ajudam a organizar reflexões que não expresso facilmente escrevendo. Ambos — papel e tecnologia — são extensões da minha mente.
Conclusão: Crie, Não Importa o Meio, só Crie
O analógico não perdeu seu valor. Ele oferece estímulos sensoriais — o toque do papel, o som do lápis — que trazem satisfação e conexão. O digital, quando usado com criatividade, é um aliado poderoso. Jovens artistas, não pensem que precisam começar no digital para serem relevantes. Artistas mais velhos, não se sintam desatualizados: o papel é seu espaço. O importante é se adaptar e criar. Pegue um caderno, uma caneta ou uma tela e comece hoje. O que você vai criar agora? Compartilhe nos comentários e inspire outros!
#ArteAnalógica #CriatividadeDigital #FaçaVocêMesmo
Parabéns pelo o artigo, gostei...
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