Você já sentiu o peso das notificações no celular e quis apenas o silêncio de um caderno? Vivemos em ciclos: o que era novo e desejado, como a tecnologia digital, pode se tornar rotina exaustiva, enquanto o analógico — um caderno, um lápis — vira um refúgio. Neste post, reflito sobre por que voltamos ao analógico, mesmo em tempos de tecnologia, e como artistas (jovens ou experientes) podem encontrar equilíbrio entre os dois mundos. Spoiler: não é saudade, é sobrevivência.
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Fotos do picjumbo no Pexel. |
O Ciclo dos Desejos: Quando a Modernidade Cansa
Nós, humanos, somos cíclicos. O celular, antes um objeto de desejo, hoje nos bombardeia com notificações, mensagens e distrações. O que era novidade vira rotina, e a rotina, às vezes, sufoca. Por isso, buscamos o analógico — um caderno, uma caneta, um momento de pausa. Essa volta ao simples não é só nostalgia; é um mecanismo de sobrevivência emocional, uma forma de recuperar o controle em um mundo caótico.
Como artista, percebo isso nos meus 22 sketchbooks e 8 cadernos de anotações - sou uma pessoa exagerada, me perdoem -, onde rabisco ideias, textos e projetos artesanais. O papel me conecta aos sentidos: o som do lápis, o peso da caneta, a textura da página. E você, já sentiu essa necessidade de voltar ao tátil?
O Refúgio do Silêncio: Escrever como Terapia
Um caderno é mais que papel — é um espaço seguro. Nele, só os seus pensamentos te “atormentam”, e colocá-los no papel é um alívio. Diferente da tela, cheia de notificações e estímulos, o caderno é silencioso, íntimo. Escrever à mão me ajuda a processar ideias, organizar o caos e até me entender melhor. Para mim, que falo pouco - busco falar mais - mas penso muito, o papel é onde minha voz ganha forma.
Seja para esboçar um desenho, anotar uma ideia ou desabafar, o analógico oferece uma pausa do barulho digital. É como um porto em meio ao mar agitado das telas.
A Resistência Artesanal: Encadernar é Reivindicar
Hoje, muitos artistas rejeitam a padronização industrial e buscam o feito à mão. Encadernar um caderno ou reencadernar um livro é mais que um ofício — é uma forma de dar identidade a algo. Clientes pedem livros personalizados, com a “cara da obra”, não a estética genérica das editoras. Esse movimento artesanal valoriza o imperfeito, o único, o humano.
Eu mesma amo criar cadernos que refletem minha personalidade, com capas que contam histórias ou não, as vezes só é o que eu tenho disponível para criar a capa do caderno. É uma metáfora para a vida: às vezes, precisamos “reencadernar” quem somos, reconstruindo com nossas próprias mãos.
O Espelho do Outro: A Inspiração de Ver Alguém Criar
Ver alguém criando — seja encadernando um livro, desenhando ou escrevendo — desperta algo poderoso: a sensação de “se ela pode, eu também posso”. Essa é a força do trabalho humano visível. Quando assisto a vídeos de artistas ou artesãos, sinto vontade de pegar meu lápis e experimentar - muitos dos meus cadernos artesanais e sketchbooks foram feitos a partir de uma ideia vinda de outros artístas. Não é sobre talento nato, mas sobre coragem para começar.
No meu trabalho voluntário com crianças, vi como elas se inspiravam ao me ver desenhar. Mostrar o processo, com erros e acertos, é o que motiva outros a tentar.
Ferramentas Não São Inimigas: Criatividade no Digital
A tecnologia não precisa ser vilã. Eu uso o ChatGPT para estruturar textos, corrigir erros (engulo muitas palavras escrevendo!) e até refletir, já que passo muito tempo em casa. Para mim, a IA é como um lápis ou uma borracha: uma ferramenta que apoia o processo criativo, não o substitui. Uso captação de áudio para “falar” com o ChatGPT, transformando pensamentos em texto — algo que, como alguém introspectiva, acho libertador. Também uso o Grok e Gemini, eles se mostraram tão útil quanto o ChatGPT.
O digital é uma ponte, não um destino. Ele complementa meus sketchbooks e cadernos, onde a verdadeira criação ganha vida.
Expressão Interior: A Voz de Quem Fala Pouco
Falar pouco não significa pensar pouco. Para pessoas como eu, que guardam mais do que expressam, o analógico (escrever, desenhar) e o digital (ditado por voz, IA) são canais de expressão. Meus cadernos são meu espaço de introspecção; o ChatGPT, uma forma de organizar ideias quando a fala não flui ou quando eu falo mas não consigo formar uma linha coerente de pensamento. Ambos me ajudam a transformar o que sinto em algo tangível.
Se você também sente dificuldade em se expressar, experimente escrever à mão ou ditar seus pensamentos. A criação é sua voz, e o meio não importa.
Conclusão: Comece, Não Importa o Meio
O analógico não perdeu seu valor — ele é um refúgio, um estímulo sensorial, uma conexão com quem somos. O digital, por outro lado, é uma ferramenta poderosa, se usada com criatividade. Jovens artistas, não pensem que precisam começar no digital para “serem modernos”. Artistas mais velhos, não se sintam desatualizados: o papel ainda é seu aliado. A arte está em se adaptar, em criar com o que ressoa com você.
Pegue um caderno, uma caneta, ou até uma tela, e comece. O que te inspira a criar hoje? Compartilhe nos comentários e motive outros artistas!
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